Reforma íntima
Verga, Ó alma, à realidade comezinha
Da Terra que te abriga!
Abandona os arroubos
Inquietos
Nos voos sutis de uma prece...
Diante da Vontade Suprema,
Que rege as involuntárias batidas de teu frágil coração,
Doma, pouco a pouco,
A fera do querer insano!
Ama o Dever moral
Mais que aos teus interesses vãos.
Na passageira lida, há
Certa beleza contida
Que se traduz em razão.
Doma o querer, o interesse
Imediato
Da Terra que te possui
Com seu furor de ilusões.
Possua cada instante
sem pressa e sem vacilar
Em tudo o que tem de rude, pobre, mas salutar.
Passa na vara do Tempo, caminha no fio da navalha
Treina a dança flexível
Entre as misérias do monturo em que te agitas...
Vede o lodo a teu favor!
Primorosa Flor do Charco,
Não lamentes, nem te atrases!
No escuro dos teus dias,
Brilha a Luz que se anuncia!...
Vede!
Adiante e mais brilhante,
Aurora vem!
Ení Gonçalves
28/11/2022