Poeira
A vida humana é como a poeira que o vento eleva,
O vento é o sopro divino que anima.
Somos partículas que gravitam no ar enquanto arrastadas,
Depois o vento cessa e parece voltar à sua origem,
O barro elevado cessa também
E volta ao pó donde veio .
Assim também são nossos pensamentos,
Que se elevam aos céus em idealismo,
Mas voltam inevitavelmente ao chão material.
A poeira é ao mesmo tempo o delírio
E é ao mesmo tempo a desilusão;
É os extremos, mas também o equilíbrio realista.
O pó que alça os céus tem por destino tornar ao piso.
Nossos ossos e cartilagens não são mais do que pó procrastinado.
Pó que o vento reanimará um dia.
E nesse dia serão finalmente a mesmíssima coisa:
Vento e poeira,
Corpo e espírito,
Homem.