ROSEIRA

Uma senhora à espera

tinha aos pés uma sacola vazia.

Essas roseiras floreiam

do nada.

— Ela sorriu ao dizer "bom dia".

Seu vulto surgi como um clarão

na tagarelice do mundo.

Tenho a língua presa

em pautas

Floreio capas — Mas ali existia alma

Livrei-a do apuro

de jamais ser lida — Habituou-se

a fugir da vida

e brilhava tanto.

Os anjos pedem pouco de nós

Um punhado deles

andam pelas ruas.

Quem não curte pena nesse mundo, apenas sonha.