ALMA GÊMEA

Dor que desatina dentro do meu peito

Coração palpitante, acelerado

Consumida estou em meu leito

Devastada pela lembrança do ser amado.

Dentro do meu mundo tudo é solidão

Enquanto choro, murmuro o teu nome

Lá fora, só sorrisos em meio a multidão

Mas em minha alma tudo me consome.

Fingida sou, sorrisos e mais sorrisos

Tentando esconder, sem nem mesmo saber

Num palco triste, escuto ao longe aplausos

E a tristeza se revela em algum lugar do meu ser.

Almas que eu nem mesmo sei quem são

Me abraçam, elogios que imaginam, me enaltecem

Não passam de murmúrios, sussurros vãos

E em algum lugar em mim, lembranças me aquecem

Só, deparo-me com a sua imagem, debruçado

Em um leito triste, chorando lágrimas de dor

Me aproximando vou, qual meu espanto,

Diante do reflexo no espelho

Ali estou, até então ignorando

Meu corpo inerte e você, num imenso torpor

Chora pela dor da perda, sussurro baixinho, revelando

Que o meu corpo já não respira, mas minha alma se enche de amor

Como que de repente, te vejo caminhando, cantando em minha direção

Então te escuto, do meu universo paralelo dizer com ardor:

“Sim, eu sei, você ainda está aqui”

E eu a te dizer: ainda estou aqui a te esperar

Pedaço de mim, alma de minha alma, a te esperar estou

Alma Gêmea, minha alma gêmea.