A Casa – 2

A Casa – 2

Tudo por ali me intrigava,

passeava por aqueles lados

quando deparei com aquela casa abandonada,

senti vontade imensa de entrar, senti-me fascinada.

Nada me incomodava a não ser a idéia estapafúrdia

de que vivi ali noutro tempo, eu era centrada, consciente,

não vivi jamais por aquelas paragens, estava sonhando

era imaginação pura.

Sobre a lareira, por detrás dos porta retratos tem uma caixinha

pequena, dentro dela está um camafeu e é meu, ganhei de mamãe

pelo meu aniversário de dezesseis anos, ora, que idéia mais

sem sentido, estou vendo os porta retratos, é imaginação.

Como anda a imaginação fértil, foi a casa!

Engraçado, sinto-me bem aqui, parece ter vivido nela

por muito tempo e que sou parte dela, ela me pertence

ou pertenceu a tempos remotos, estou ficando louca.

Sei que há uma caixinha minúscula e irei ver.

O pó acumulado, muitas teias de aranhas

e minha alergia não me deixa ver, minhas mãos

já estão ásperas, sujei-me no meio da poeira.

Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 31/03/2008
Código do texto: T924854