A Casa – 2
A Casa – 2
Tudo por ali me intrigava,
passeava por aqueles lados
quando deparei com aquela casa abandonada,
senti vontade imensa de entrar, senti-me fascinada.
Nada me incomodava a não ser a idéia estapafúrdia
de que vivi ali noutro tempo, eu era centrada, consciente,
não vivi jamais por aquelas paragens, estava sonhando
era imaginação pura.
Sobre a lareira, por detrás dos porta retratos tem uma caixinha
pequena, dentro dela está um camafeu e é meu, ganhei de mamãe
pelo meu aniversário de dezesseis anos, ora, que idéia mais
sem sentido, estou vendo os porta retratos, é imaginação.
Como anda a imaginação fértil, foi a casa!
Engraçado, sinto-me bem aqui, parece ter vivido nela
por muito tempo e que sou parte dela, ela me pertence
ou pertenceu a tempos remotos, estou ficando louca.
Sei que há uma caixinha minúscula e irei ver.
O pó acumulado, muitas teias de aranhas
e minha alergia não me deixa ver, minhas mãos
já estão ásperas, sujei-me no meio da poeira.
Marta Peres