Sexta-Feira Santa
Sexta-Feira Santa
Sexta-Feira Santa, dia de silêncio profundo
o céu chorava, deramando lágrimas de dor
e uma mágoa funerária envolvia o mundo,
nem uma brisa soprava, o céu mudava a cor.
Corações chorosos, olhar de pura tristeza,
Cristo curvava ao sofrimento, olhar perdido
na imensidão dos céus, pareciam falar com
a Natureza, placitude embalava Seu semblante.
Mãos sangrando, cravos pregados transpassavam
aquelas mãos que os lírios invejavam, mãos
que aliviavam o sofrimento da humanidade.
Os olhos azuis mais pareciam olhos bentos.
No infinito surge uma lua imaginária,
nuvens mortas divagavam no céu tristonho,
mãos de sonho abençoavam o morimbundo
lançando rosas e entoando hinos de consolo.
Marta Peres