Na cruz

Céu de chumbo,

Nuvens pesadas

por sobre o mundo.

No alto do monte

vozes sussurradas...

Trinta moedas

Trinta,e mais nada.

E,um homem agoniza.

A cruz contra o horizonte,

faz da terra,o que parece

ser nau á deriva...

A face

é desfigurada,

contorcida

de dor, e pálida.

Os olhos opacos,

refletem humanos fracassos,

pairam sobre a fúria ensandecida,

contemplam a mãe combalida

e, então choram com ela.

Ela, trêmula,esquálida

é amparada pelos fracos

mas... fiéis.

E o sangue.O sangue,

aos golpes,verte,desce,

e aduba a terra...

Até que o homem,exangue,

dá um grande grito. Parece,

então, que tudo se encerra.

Pois, o homem da cruz, padece,

e morre.

Mas... Já do alto,

rasga o céu forte luz.

E, o povo em sobressalto,

Num breve segundo,

o homem reconhece.

E, então dão o grito,

que vem do infinito,

que vem do fundo,

das entranhas do mundo:

- Esse homem tem um nome,

È ele o Cristo! O Messias!

Então, tremem fortificações,

Abre-se da terra o seio.

Ventos,tremores,furacões

confirmam!

Esse é o nome do que veio

salvar povos,e nações.

E, este sangue,esta água,

Não vertem em vão.

Este sangue,fecunda corações

e esta água que da cruz deságua,

é agora, água da Vida,

Poder de ressurreição!