A caneta
Ah, queria que a minha vida fosse como essa caneta
Que, em minhas mãos eu controlo
Ela não é presa ao tempo, ampulheta
Sei onde ela começa, sua cor, e como ela termina
Não se prende a destino, ou a qualquer sina
Não, a caneta que, ora, tenho em minhas mãos retida
Não pode ser um modelo para minha vida
Até hoje meu maiores crimes (essa é a palavra)
Cometi contra o que sempre controlava
Preciso lembrar que minha existência
Permeada de queixas, traumas e impaciência
Simples, sei que nunca seria, ou poderia
E isso deve me bastar nesse meu dia
Aliás, uma vida como a caneta tão curta
Não me daria oportunidade de ser feliz
“Observai as aves”, frase sábia para quem escuta
Não é minha, mas é o próprio Deus quem diz.