Confesso
Ó minh’alma
Quando se amputa a mão
Que lhe próprio apedreja.
A dor que o coração amargou,
Penetra profundamente
Nas entranhas que se comovem
Com as ações embrutecidas pela
Irracionalidade que consome
A razão de viver.
Rasgam-se as vestes impuras
Que cobrem o meu corpo.
Cinjo-me com o manto da vergonha,
Que consome a minha mente,
Como um tirano a governar o seu povo.
Já não sou o mesmo, tão somente.
Estou como folhas no ar,
Sem rumo sem destino.
A navegar no lamaçal dos pensamentos.
Puno a mim, a mim somente
Pela solidão a qual fiz minha companheira.
A irracionalidade atravessa-me como um punhal
Ferindo profundamente o meu coração.
Prosto-me ao chão
Diante do criador.
Peço perdão, somente perdão
Por em minutos ter-me desviado
Dos preceitos dos seus mandamentos.