Confesso

Ó minh’alma

Quando se amputa a mão

Que lhe próprio apedreja.

A dor que o coração amargou,

Penetra profundamente

Nas entranhas que se comovem

Com as ações embrutecidas pela

Irracionalidade que consome

A razão de viver.

Rasgam-se as vestes impuras

Que cobrem o meu corpo.

Cinjo-me com o manto da vergonha,

Que consome a minha mente,

Como um tirano a governar o seu povo.

Já não sou o mesmo, tão somente.

Estou como folhas no ar,

Sem rumo sem destino.

A navegar no lamaçal dos pensamentos.

Puno a mim, a mim somente

Pela solidão a qual fiz minha companheira.

A irracionalidade atravessa-me como um punhal

Ferindo profundamente o meu coração.

Prosto-me ao chão

Diante do criador.

Peço perdão, somente perdão

Por em minutos ter-me desviado

Dos preceitos dos seus mandamentos.

Miguel Braga
Enviado por Miguel Braga em 29/09/2009
Código do texto: T1838174
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.