†† O COLISEU INÍQUO ††
A chuva despenca forte lá fora;
Nada além da obrigação de cair,
Estabelecendo a típica noite fria;
Fazendo da existência, tão vazia;
A alegria do viver já foi embora,
E de casa já não tolero mais sair;
Enquanto a cada gota, considero...
Levanto a cada dia amedrontado,
Chegarei ao final do dia com vida?
Vejo o bem ao fogo ser condenado;
E cada criatura aparenta decidida,
Quanto ao que quer para si mesma;
Mas a idéia está apenas desfalecida.
A cada aurora germina uma rosa,
Disposta a dar beleza ao ambiente;
A cada crepúsculo falece uma rosa,
Tornando a vida coisa descontente.
O jardim enflora entre os espinhos,
Rosa por rosa finda todo o roseiral;
Todos andam os mesmos caminhos;
Dizem que amam, mas fazem o mal...
Falam verdades, também mentiras,
Falando de amor, luta e consciência;
Fazendo o correto uso de suas bocas,
Mas às mesmas praticam negligência,
E entre suas palavras causam porfias;
Sujeitando-se às suas concupiscências...
Falam de amor...
Mas provocam nos outros, imensa dor.
Falam de luta...
Mas traem as famílias com prostitutas.
Falam de consciência...
Mas a mesma porta grande impotência.
A humanidade decai a cada segundo;
Soa como o seixo de gelo que se parte;
E a terra se torna estrado moribundo,
Onde corre e jorra o sangue escarlate.
O homem quer paz em toda a Terra,
Mas a persegue somente com guerra,
E o demônio aclama do alto da serra.
Desde as primeiras eras tudo é assim;
O homem se rende a própria cegueira;
Seus erros possuem a cor do carmesim;
Poucos sabem que a carne é passageira,
E que é raro haver muita oportunidade,
Para modificar nossa pútrida realidade.
Há algo que será perenemente correto:
Possuímos o erro correndo pelas veias;
Adão e Eva arquitetaram este decreto,
Que do começo até o fim iremos pecar;
Mas há uma imponente e valiosa arma,
Que precata a cada um de nós de errar.
Deus não veio a terra para trazer paz,
Mas para nos equipar com Sua espada;
A fim abatermos a tirania que aqui jaz,
E que nos volve em geração condenada.