UM BRANCO NO BANCO

Domingo à noite, no culto,

a igreja alegre cantava,

Exaltando a Deus.

Brados de vitória ecoavam

como rojões festivos.

Mas eu estava triste;

...era o teu hino predilto.

Igreja lotada, entupida.

Sorrisos nos olhos

explodindo sonoros

em aleluias e glórias,

Mas havia um branco num banco.

Mesmo a igreja lotada,

havia um vazio de ti.

Mesmo ocupado por outro,

havia um branco no banco,

naquele lugar sempre teu.

Onde outrora oravas com fé.

Cantavas -coração radiante.

E quantas vezes tentavas dissimular

as lágrimas teimosas,

ao ouvires a voz do Senhor.

Existe um branco no banco

e existe uma casa vazia

lá nas moradas que um dia

Jesus foi pra nós preparar.

Hoje é triste o silêncio

no lugar pra ti preparado,

onde houve um coral cantando

numa festança dos anjos,

quando aceitaste a jesus.

Maior do que o branco do banco,

Maior do que a casa vazia

é a tristeza do Pai.

olhos atentos, esperando

que, como um ponto, ressurjas,

no horizonte na estrada.

Domingo a noite no culto

a igreja cantava

o teu hino predileto.

Olhei para o branco do banco

e olhei para a porta do templo

ainda aberta. Escancarada

como um largo sorriso de esperança.