No Calar da Noite *
No calar da noite está o meu desabafo;
No calar da noite onde me encontro, onde me acho;
No calar da noite sei quem realmente sou;
O meu eu, está no calar da noite;
E é neste calar onde posso sonhar e fantasiar;
Chorar e me alegrar.
No calar da noite só você me entende;
No calar da noite é onde me torno gente;
Toda minha máscara cai;
No calar da noite todas as minhas lágrimas são transformadas em verso em poesia;
No calar da noite onde acaba toda a minha agonia.
No calar da noite eu posso te encontrar;
No calar da noite eu enfim, posso ouvir tua voz me chamar, sentir o teu toque, tua presença.
Me abraça!
Deus meu, pois só contigo me realizo, somente contigo encontro minha verdadeira identidade;
Só tu me compreende quando ninguém mais quer saber de mim;
Só tu me acolhe quando não tenho amor.
Tem misericórdia de mim,
Ó Deus!
E ensina-me a não mais te deixar;
Meu corpo não agüenta tanta dor;
Meu corpo sufoca diante do pecado;
E minha alma anseia e suspira pela tua salvação.
Pertenço a te!
E andarei contigo no nosso calar da noite;
No calar da noite, no meio da escuridão, na fria brisa da madrugada, na melancolia das horas vividas, mas já passadas.
Eu estou esperando e tocando a tua mão, pois tu não me deixas andar na escuridão sem a tua direção.
Deus meu perdoa-me, pela minha ingratidão;
Tua morte é minha salvação;
Aceitas-te a cruz por amor a mim;
Agüentas-te o sacrifício por minha vida;
Minha mediocridade me faz chorar, pois penso em tamanha libertação dada a mim e vejo a minha vida efêmera, sendo carregada e lançada na escuridão deste covil de cobras onde vivo.
Ajuda-me Senhor!
A sair deste abismo;
Tira-me do marasmo proporcionado por mim mesma;
Entrega-me a chave e sopra em mim o sopro vindo do teu Espírito a mim prometido;
E no calar da noite serei avivada e sentir-me-ei amada, pois estarei verdadeiramente contigo.
Vannya Araújo
Valença do Piauí-PI, 18 / 08 / 2006.