UMA HUMANIZAÇÃO

Como pode o homem que é mortal,

Brincar de Deus e querer ser o tal,

Porque tem um diploma ou tesão

Viver na ilusão de uma mansão,

Ou mesmo ter muito dinheiro,

Pra enriquecer mais um banqueiro.

Se tudo perde o gosto na velhice

As rugas, as doenças, a caduquice,

É uma herança de genomas humanos

Que ainda não descobriram os danos

E o que se deixa inflam os herdeiros!

É melhor ter de tudo que não ter,

É melhor trabalhar e enriquecer,

Disto não podemos ter a dúvida,

Mas tendo humildade e caridade,

Reconhecendo a sua fragilidade

O homem viveria de verdade.

Se houvesse menos egoísmo

Havendo mais caridade e humanismo,

Se com todos se repartisse o pão

Sem o ódio ou orgulho então

Cinco pães e dois peixinhos bastariam.

Mas a vida é só incoerência,

A muito por trás desta ciência,

Inexplicável para o entendimento,

Pois o ser humano sem conhecimento,

Abandona o Espirito que o conduz a Deus

E muitos seres primitivos ainda,

Vagarão pelos séculos que não finda,

Numa seleção conturbada em vitupério

Numa visão fatalística de mistério,

Até sobrarem os homens de bem.

Pode ser que na terra ainda se salve

Alguns seres que iluminados lavem

As sua vestes no sangue do cordeiro,

Para enfim desfrutarem por inteiro,

Desta seara e deste Edem reflorido.