Retrato de vidas sem o Verbo...

Meia vida, meia ilusão

Sorrisos vazios, noite sem fim

Um quarto de vida, num quarto da morte

Onde os sonhos, aniquilados pelo tempo,

Desenhados num quadrado ao invés de coração

Nos quatro lados dos cantos das paredes

Sujas, nojentas de todas imundícies

Assim como as mentes daquela gente

Chão de terra batida com cimento apodrecido

Pelos pés nus inflamados das frieiras

passos curtos até a cama feita de papelão

Esparramado pelo chão

Enfeitados com corpos sem vida...

Cemitério de gente, mas cheio de túmulos de indigentes,

Largados, abandonados pela a própria espécie humanizada

Contudo, sem Verbo, sem ação,

Sem mente e sem coração

Este é, apenas um retrato noturno

Do eco desta sociedade

Ainda, que na verdade, sem vez e sem voz

Pela falta da equidade social,

Ainda se espera por um alento:

Um mundo novo, transgênico...

Totalmente livre desta visão,

De uma cela de prisão.

Margareth Monforte
Enviado por Margareth Monforte em 16/04/2011
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