Ex Cego Bartimeu!

Ao alvorecer surge atrás dos montes,

Se mostrando risonho, o sol no horizonte.

Felicita aquele, que anseia o raiar do dia,

Despertando em canção, pleno de alegria,

Os campos em flores orvalhadas,

Nos pastos as ovelhas em malhadas,

Tudo lindo em seu esplendor.

O cego Bartimeu sentia do sol o calor,

Porém, não podia seus olhos ver a cor,

Dos festejos matinais em alarido,

Que desponta harmonioso aguerrido,

Saudando em graça a natureza,

A obra de Deus em completa beleza.

Sentado a beira do caminho,

Mendigando o pão. Sozinho!

Ao escutar o vozear da multidão,

O cego que Deus preservara a audição,

Ouviu que Ele vinha em sua direção.

O mestre prodigioso, Jesus de Nazaré,

Realizador de milagres através da fé.

Com alta voz bradou em grito a sua dor:

“Jesus filho de Davi tem misericórdia de mim!”

Repreendido pelos presentes,

Cala essa sua voz estridente!

Mais alto gritava Bartimeu assim:

“Filho de Davi tem misericórdia de mim!”

O mestre Nazareno, sereno e compassivo,

Ordenou que trouxesse aquele homem aflito.

Cego! Trazemos recado do mestre magnânimo,

Jesus te chama agora, tendes bom ânimo.

Repudiou a capa imunda, dos ombros a arremessou,

Nos braços de Jesus de imediato se lançou.

Com intensa compaixão perguntou Jesus a Bartimeu:

Que queres que eu te faça? Que queres filho meu?

Que de ti receba a graça, que tenha vista, Senhor meu!

A enorme fé e sincera petição o coração do mestre tocou,

Olhou-o com ternura. “Vai a tua fé te salvou!”

Jesus curou os olhos e lavou o coração.

Vendo com nitidez, liberto da escuridão,

Bartimeu seguiu a Jesus em infinda gratidão.

Eu, cego, trilhando em caminho enganoso,

Mendigando o pão pecaminoso,

Não me era permitido contemplar a salvação.

Sentia o calor irradiar o corpo em sujeição,

Mas não podia alcançar a benção do perdão.

Clamando, prostrei-me ao pé da cruz no calvário,

Onde o sangue imaculado fora derramado.

Tocado, por minha sincera rendição,

Jesus com grande brado, perguntou-me então:

Que queres que eu te faça? Que queres filho meu?

Em lagrimas humilhado em seus braços me lancei,

Abrindo os olhos da alma, a Ele me entreguei,

Que eu receba de ti a graça, que eu veja senhor meu.

Assim como fizeste ao ex-cego Bartimeu.

O milagre da especiação minha visão devolveu,

Liberto da escuridão claramente eu enxerguei.

Transbordante de jubilo e a alma redimida,

Seguirei a Jesus por toda minha vida.

Livre, proclamo a salvação que ofereceu,

A mim pecador e ao Ex-cego Bartimeu.

Luzia Ditzz.

Campinas, 19 de agosto de 2012.