Selá
Agora, soberbo calado,
Antes a dúvida gemia,
Ainda em melancolia imerso...
- Precisas de mim! -
Pensas tu conter-me
Com essa incredulidade.
- Vaidade infantil! -
Não o repudiei.
És obra destas mãos,
Tens as minhas digitais,
Teus traços são tais
Que parecem com os meus!
Toda linha, minha face;
O rosto dessa palma,
Mas aflige-se tua alma
Quer distância dessas mãos.
Permaneces calado,
Olhos no acaso despertos,
Meus braços, ao lado, abertos
Mas não queres me enxergar.