Expurgando a depressão

Quando a alma não consegue falar,

Uma dor profunda, o rasgar dos ligamentos.

Silenciosa desse a lágrima quente.

A fala não é clara, apenas balbucia.

Dói muito, não tem remédio, não tem analgésico.

Esta dor vem de dentro para fora?

Nesta pergunta minha alma mais chora.

Porque o pior é a dor venha de fora para dentro.

Busca-se consolo naqueles que são amigos.

Aqueles que deveriam ser rigorosamente amigos.

Desabafa-se, entretanto não entendem o meu falar.

A solução que apresentam é o de se rirem, é o debochar.

Depressão! Inimiga feroz! Você não me dá descanso.

Ansiedade horrenda! Irmã aliada da desonra.

Faz-me tropeçar, ficar trêmulo e tristemente em púlpito gaguejar.

O paradoxo no trato, a ignomia e a angustia de ser um paranóico.

Espírito! Lute por mim, por favor! Não agüento tanta dor.

Deus! Ajuda-me livrando-me deste fardo, que não sei explicar.

A psiquiatria não apresenta solução e vicia-me com medicamentos.

Dia a dia aumenta cada vez mais este tormento.

Mas a minha alma um dia viu a Bíblia e nela conheceu a Deus .

As lágrimas descem copiosamente, para a alma expurgar.

Nesta postura penitente vejo o sacrifício do Filho de Deus,

Que naquela cruz derramou seu sangue, para desses males me salvar.