A Ancora
A ÂNCORA
Roda o ponteiro do relógio,
Passa dia, passa noite,
Roda a terra, roda a vida,
Corre o tempo, corre o vento,
Corre o rio para o mar,
Roda mês, roda ano, roda plano,
Rodar, correr, morrer e passar.
A pele fina, fraca e enrugada,
Os pêlos poucos e brancos;
É o corpo que o tempo devora.
Sofreu muitos trancos.
Mas a alma firme e ancorada,
Ela não passa, não corre,
Não roda, não morre;
Firmada está na Rocha amada;
O Pendão da Eternidade arvora.
Planaltina, D. F. 20\06\1998
S. A. Oliveira