Eu sou um deles

Que povo louco é esse, que em meio à tecnologia, às grandes invenções, às respostas imediatas, às conversas em tempo real de um continente ao outro, continua preso às histórias repetidas há mais de dois mil anos?

Que, em detrimento à ciência, à evolução, às novas descobertas científicas, simplesmente: crê. Crê sem esforço algum, acredita no espiritual, em algo que não é palpável, acreditando apenas pela fé!

Um

povo que não faz questão de comer chocolate na Páscoa, quando esse simboliza o espírito Pascal, que prefere rememorar a saída de um outro povo da escravidão no Egito, prefere lembrar da passagem da morte para a vida… livre do jugo.

Que povo é esse que continuou a festejar a saída da prisão por longos anos a fio, crendo nas histórias contadas de pai para filho?

Que povo é esse, que em torno de 1.200 anos depois, seguiu um Galileu que se dizia filho de Deus, que falava que cumpriria a Lei Mosaica, que transformaria a morte em vida, e em especial, que morreria por um povo ingrato, pecador, malvado, alguém como eu?

Que povo é esse, que por medo, covardia ou mesmo pouca fé disse: não o conheço, negando o mestre que esteve ao seu lado o tempo todo?

Que povo é esse que erra, mas que arrepende -se, e sempre encontra remissão das suas falhas?

Esse povo falho, tem algo especial: Tem um Cristo ressurrecto ao seu lado, que o ama incondicionalmente, que não mede as imperfeições, que é puro de coração, que tem o poder de perdoar pecados, que cumpre promessas feitas, que liberta da escravidão, seja ela qual for, e sim, que é filho de Deus, o criador da terra e céus.

Um Deus de perfeito amor, de misericórdia pela humanidade, um Deus que por amor, doou o seu único filho em sacrifício.

A Páscoa é comemorada hoje com festas, mas, o aniversariante nem sempre é convidado.

É preciso colocá-lo no centro de cada vida, para que haja paz real.

E, na certeza de que nada foi em vão, agradeço o sacrifício Pascal, o presente recebido, mesmo sendo imerecido.

E sobre esse povo que prefere relembrar a morte e ressurreição de um homem também chamado de “Cordeiro Pascal” que tira o pecado do mundo…

Esse povo “alienado”, por fora das coisas presentes, quero confessar aqui: eu também faço parte desse povo, sou um deles!

E para esse povo que acredita… a morte foi tragada pela vida. Cristo ressuscitou!

E sobre fé…

“é a certeza das coisas que se esperam, e a convicção do que não vemos” Eu creio!

Feliz ressurreição, o véu foi rasgado e o caminho está aberto.

Adi(abril-2022)