O TICO-TICO MALUQUINHO

Para Sofia, minha netinha

Na Quadra onde vovô mora

Vivem muitos passarinhos

Voam livres mundo afora

Mas voltam para os seus ninhos.

Um dia, com muita graça,

Um tico-tico chegou

Bicando esperto a vidraça

Na sacada do vovô.

Vovô achou engraçado

O passarinho a pular

Abriu a porta apressado

Pensando que ele ia entrar.

Mas o tico-tico voou

Pro galho de uma roseira

E pouco depois voltou

Indo e vindo a tarde inteira.

A toda hora se ouvia

Um toc toc insistente

Muito barulho fazia

Já irritava toda gente.

O pior aconteceu

Quando o pequeno galã

De repente apareceu

Cinco horas da manhã.

Acordou o meu avô

Deixando-o mal humorado

Quando viu quanto cocô

Pela sacada espalhado.

Vendo tamanha sujeira

Com o toc toc infernal

Vovô perdeu a estribeira

Coisa que não é normal.

Tudo o que pôde, ele fez

Pra espantar o tico-tico

Só não agiu com malvadez

Pois não é certo, é delito.

Mas de nada adiantou

O tico-tico é sagaz

Parece zombar do Vô

E aos pulos bica vivaz.

Por que esse passarinho

Vem pra vidraça bicar?

Tá ficando maluquinho

Ou querendo pirraçar?

Tico-tico maluquinho

Vê se me faz um favor

Volte logo pra o seu ninho

E deixa em paz meu avô.

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Um comentário adicional: não se trata de ficção. O avô dessa narrativa sou eu mesmo. Ainda não conseguí uma trégua com o tico-tico. Hoje mesmo, (12/10/2008) ele bicava a vidraça na sacada do meu quarto, acordando-me às 4.45 da manhã. Quem tiver uma sugestão de como resolver o problema, serei grato. rs rs rs