Minha Infância

Meu velho mestre

Sereno,meu Pai

Puxou-me as orelhas

Disfarçadamente sorriu

Trazia um pouco de balas

Servia aos meninos da rua

Era uma das suas paixão

Ver os meninos sorrir

Sempre contava

Com o capricho juvenil

A olhar para mim

Vem comigo filho

Ele sempre sorrindo

Vamos descer as escadas

Achava-me feliz

Parei alguns instantes

Vi a olhar

Uma sombra de desconfiança

Olhei para a porta

Dessa ocasião era inútil

Ele não respondeu

Acendeu uma lâmpada

Eu não sabia

Sacou um pedaço de papel

Era um verso

Lembra que lhe disse

Apertou a minha mão

Muito agradecido

Verso

Nasceu meu filho

Meus olhos saltaram

Ousei beijar seu rosto

Era parte da vida

Era para provar

Seu amor para mim

Ria muito dele mesmo

Com as mãos na cabeça

Relembrou seu primeiro presente

Relatou sua história

Que seu Pai

Deu um pedaço de bambu

Faz me rir

Bispo que fosse

Curiosidade minha

Ainda que orgulhoso

Ele dera uma flauta

Era sim verdade

Feito de bambu

Ora qual é a pergunta..

Era sua lembrança

Pelo pequeno gesto

Do beijo de seu Pai

De seu olhar de alegria

Diante dos meus olhos

Me pegou no colo

Senti seu coração

Apertando seu peito

Lágrimas caíram

Do sangue que agitava

Soluçava pelas palavras

Da conversa deste dia

Lembranças

Ao pé da cama

Com as mãos tremulas

Mal poderia falar

Minha infância

Batia a eterna asa

Era preciso viver

Das lembranças dele

Meu Pai não franqueou e repetiu

Tu é um homem notável

Beijei-lhe suas mãos

Um anjo levou o segredo da criação