Dona Sapa

Dona sapa apaixonada á coaxar
Na lagoa tanta tristeza nunca se viu
Pois senhor sapo saiu para trabalhar
Partiu e ninguém nunca mais o viu.

Dona sapa então louca de paixão
Coaxava para o grilo que cricrilava
Para o lindo pássaro que cantava
Mas nenhuma boa resposta ouvia.

Dona sapa, cansada de tanto coaxar
Para seus botões, dona sapa então prometeu,
Por aquele ingrato e lindo verruguento
Não iria mais coaxar, mas dona sapa não podia evitar
De com seu belo sapo verruguento, sonhar.

E se esquecendo da promessa feita, aos seus botões
Naquela noite, coaxou e coaxou alto de paixão
O marido de dona sapa, em uma lagoa distante
Ao ouvir o triste coaxar de sua amada
Pulou da lagoa, num pulo só, no meio da estrada.

Justo, senhor sapão, sempre cuidadoso
No desespero de sua amada encontrar
Não viu o caminhão, que ali passava
Senhor sapão em um último coaxo de paixão
Pediu para a lua de sua amada cuidar.

Dona sapa não sabendo do acontecido
Sentindo-se abandonada por seu marido
À beira da lagoa, todas as noites, coaxa
Olha para a lua, coaxa, coaxa e coaxa.