O peso do saber

A cobra era pura

Na sua formatura

Tinha dois braços,

E também tinha pés

Diploma almaço

Serpente ainda é

Mas não amadora

Tornou-se doutora

Para dançar a valsa

Tinha mil aspirantes

Não se fez de falsa

Convidou o elefante

Subiram no palco

E o palco rangeu

Virou cadafalso

Com peso no apogeu

E o paquiderme

Para ela um verme

Pisou tanto em seu calo

Dançando no embalo

Amassadas as mãos

Destruídos os podos

Xingou tanto a perdição

Perdeu todos os modos

Sobrou a centopéia

Daquela epopéia

Valeu-se do exemplo

agradece no templo

arrasta-se a peçonhenta

picou o diploma a nojenta

sonhou tão grande emoção

meteu os pés pelas mãos

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/11/2010
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