CONFISSÕES DE UMA BRUXA

Para padrão humano sou um ser felizmente muito feio.

Tenho um nariz bem comprido com uma berruga no meio;

os meus cabelos, qualquer escova aceita o desafio de penteá-los

e será digna de uma de uma medalha aquela que conseguir desembaraçá-los.

Há meio século que não escovo os meus escassos dentes

para meu mau hálito halitose é elogio, pois ele merece outros nomes bem feios e diferentes.

Minha pele é mais enrugada do que a pele de um elefante

e a minha figura é de uma pessoa muito horripilante.

Meu chapéu é preto e tem a forma de um cone;

meus seios e bumbum são flácidos, mas não coloco silicone

Porque o meu conceito de beleza é simplesmente a feiúra,

qualquer coisa que não seja isso é sim excesso de frescura!

Meu vestido, sem um corte perfeito, é uma negra mortalha

E minha voz é tão melodiosa como a de uma cantante gralha.

Minhas unhas são cumpridas e os dedos longos;

Como os cientistas experimento as minhas bruxarias em camundongos.

Meu livro preferido é o de São Cipriano de Capa Preta

Meu mestre é aquele que é temido por todos, o capeta.

Uma vassoura mágica de palha é o meu confortável transporte

e a minha felicidade é disseminar para todo mundo a má sorte.

Meu caldeirão é enorme e pelo fogo das lenhas empretecido;

minhas magias negras causam à humanidade terror e alarido.

Tenho comigo os seguintes inimigos terríveis e mortais:

Os cristãos,por motivos óbvios, e o Grilo Falante; segundo os meus anais.

Essa pequena criatura destruiu a minha amiga, a Madrasta da Branca de Neve,

além de derrotar a feiticeira e bruxa Circe da mitologia grega. Como se atreve!

Num dia em que eu botar as minhas mãos nesse pequenino e insolente inseto

transformá-lo-ei numa deliciosa comida, consoante o meu livro de receita predileto.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 10/03/2011
Código do texto: T2839327