BORBOLETA

Qual a graça do suquinho da flor,

e destas minhas asas coloridas?

Um dia eu tive uma outra cor,

mas mudei, na metamorfose da vida!

Do néctar, eu já estou enjoada,

é mais gostosa a folhinha da rosa

cansei desta mesma revoada,

lagarta, eu era feliz e toda prosa!

Um dia porém fui me transformando,

então minha pele foi ficando pálida,

sonhava, de folhas me alimentando,

enclausurada numa suave crisálida!

E de flor em flor, neste vai e vem,

eu sei que a primavera vai passar,

irão as flores, meu corpo também,

entre os jardins um dia, irá repousar!