A velhinha solitária
Morava em um asilo distante
Uma simpática e bondosa velhinha
Sua vida não era mais como antes
Quando vivia cercada por sua família
Sua casa, agora, é um quartinho
Repleto de fotos de seus netinhos
Os únicos que ainda se lembram dela
E por quem, aos fins de semana, ela espera
Seus filhos a abandoram por ganância
Desejavam matá-la de tristeza para ficarem com a herança
Mas o amor daquela mãe dedicada
Fez com que, pelos netos, ela fosse recompensada
Todos a amavam e a queriam bem
Não trocavam sua companhia por nada nem ninguém
Gostavam de ouvir as histórias da vovó
E a doce velhinha não se sentia tão só
Durante a semana, ela sentia um grande vazio
Pensava em como seus filhos se tornaram tão frios
Mas eles sequer poderiam imaginar
Que os filhos fugiam para, a vovozinha, visitar
E ao pensar nos netinhos, ela sorria
Eles eram a razão de toda a sua alegria
A presença deles afastava a solidão
Que aquela mãe abandonada sentia no coração
Até que um dia, Deus a chamou para o Seu lado
E todos os netinhos ficaram desconsolados
Enquanto o remorso, a amargura e o arrependimento
Consumiam, os filhos ingratos, por dentro
Os anos se passaram, as crianças cresceram
Tornaram-se gente grande, então,
E jamais se esqueram do amor e do zelo
Da vozinha que ficou, eternamente, em cada coração.