A velhinha solitária

Morava em um asilo distante

Uma simpática e bondosa velhinha

Sua vida não era mais como antes

Quando vivia cercada por sua família

Sua casa, agora, é um quartinho

Repleto de fotos de seus netinhos

Os únicos que ainda se lembram dela

E por quem, aos fins de semana, ela espera

Seus filhos a abandoram por ganância

Desejavam matá-la de tristeza para ficarem com a herança

Mas o amor daquela mãe dedicada

Fez com que, pelos netos, ela fosse recompensada

Todos a amavam e a queriam bem

Não trocavam sua companhia por nada nem ninguém

Gostavam de ouvir as histórias da vovó

E a doce velhinha não se sentia tão só

Durante a semana, ela sentia um grande vazio

Pensava em como seus filhos se tornaram tão frios

Mas eles sequer poderiam imaginar

Que os filhos fugiam para, a vovozinha, visitar

E ao pensar nos netinhos, ela sorria

Eles eram a razão de toda a sua alegria

A presença deles afastava a solidão

Que aquela mãe abandonada sentia no coração

Até que um dia, Deus a chamou para o Seu lado

E todos os netinhos ficaram desconsolados

Enquanto o remorso, a amargura e o arrependimento

Consumiam, os filhos ingratos, por dentro

Os anos se passaram, as crianças cresceram

Tornaram-se gente grande, então,

E jamais se esqueram do amor e do zelo

Da vozinha que ficou, eternamente, em cada coração.

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 24/06/2012
Reeditado em 24/06/2012
Código do texto: T3741551
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