Reino Infantil

Fui criança,

Sou criança,

Criança serei,

Eternamente!

Lembro-me do pião,

Como rodava meu coração,

De alegria!

Recordo-me das pipas

Brincando nas nuvens,

Lá em riba!

Oh! Como o tempo

Levou embora meus folguedos

E tudo agora é outrora!

Revivo o pular de cordas,

O esconde-esconde,

O esconde a peia...

Hoje as horas parecem mortas,

Mas na memória ficou a horta

Onde plantávamos felicidade!

Brincar de médico...

Muitas vezes fui o doutor;

Noutras, o paciente!

Eu, aquele menino carente

E um coração repleto de amor!

Solto pelas campinas

Sem preocupar-me com rotinas

Que fazem da garotada de hoje

Indivíduos indiferentes,

Presos diante duma tela

Levando uma vida virtual...

Relembro dos terrenos baldios

Onde o balão de couro corria vadio

De pé em pé

E a festa terminava

Num contentamento de olé!

Os tempos mudaram...

Inocência virou malícia,

A droga tornou-se delícia,

A violência soterrou a ingenuidade...

Porém em minha mente

A imagem está sempre viva,

Minha infância não foi consumida

Pelos desajustes do progresso

E vou levando a existência adiante,

Deixando a criança que em mim

Nunca morreu

Jogar as bolas de gude,

Dormir abraçado a Morfeu

E sonhar... sonhar...

Porque a noite decola

E tenho de levantar cedo

Para ir à escola!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 21/02/2014
Código do texto: T4701263
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.