O PICA-PAU AMARELO

Vertia noite densa

E uma folia imensa

Vinha lá do fundo

Do mato profundo

*

Pica-Pau amarelo

Do bico de prego

Batendo martelo

Acordou o sapo velho

*

Saíu o sapo do rio

Tiritando de frio

Reclamando do batucado

Do Pica-Pau desconjuntado

Que retrucou refestelado:

*

-Sapo verde,se perde

Fica longe,se esconde

Não tem nem um pito

De não ser bonito

Por não ter amigo

Fica no banhado metido

*

E o sapo de resposta

Sem fazer cara torta

Saíu da penumbra

Numa luz que deslumbra

Clamando saparia

Coaxando poesia:

*

-Nesta madrugada

Veio a mim uma fada

Ficou encantada

Foi comigo ver a lua

Na beira da laguna

*

E o Pica-Pau descrente

Do sapo doente

Da mata trocou de toca

Enquanto o sapo,filava a minhoca

*

E não viram que na flor

Na mistura de cor

Se ria um duende

Mascando olivas verdes...

* * * * * * * * * * * * * * * *

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 04/07/2014
Reeditado em 04/07/2014
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