A FADA DAS BORBOLETAS
Nas pétalas das flores do campo
Chegaram borboletas de todos os cantos
E repousaram as asas
Prá encontrar com uma fada
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E reluzindo como uma estrela
Flutuando surgiu uma donzela
De asas amarelas
Do tamanho duma libélula
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Calçava sapatinhos de vidro
Eram seus cachos cor de trigo
Seus lábios como moranguinho
Uma uva cor de vinho
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Sentou-se numa roseira
Onde dançavam abelhas zumbideiras
E nas folhas formigas de montão
Recortavam figuras de coração
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Foi filtrar néctar das flores
Fez dele açúcar doce
E toda borboleta que lambia
Mais lustrosa se fazia
. . . . .
As cigarras sem convite
Cada qual dava um palpite
Por nunca terem visto antes
Uma fada borboleta tão brilhante
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Na serenata dos pássaros
Deu-se um bailado
Das borboletas e sua fada
Num arco-íris de asas
Meio o perfume das rosas
. . . . .
E um sapo enxerido
Atrás dum cogumelo escondido
Com os olhos estalados
Mirava o baile encantado
. . . . .
Quando a fada foi embora
O sapo rolou uma lágrima
Então a fada assoprou-lhe um beijo
E o sapo todo faceiro
Saiu saltando cambotas
Feito uma bolota
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