O ARCO-ÍRIS DA LUA
Deu-se uma junta
Dum monte de criaturas
Prá festejar o arco-íris da lua
No fundo da brenha escura
. . .
Se achegaram os Ogros
Faiscando olhos de fogo
Com cara de sapo
Pele de lagarto
Como um verde cacto
. . .
Uma cambada de Sacis pernetas
Reluzindo a cara preta
Sorteava um pote com moedas de ouro
Gateado dos Coboldos
. . .
E tomou a palavra
Uma bruxa da cabra
Da cara de abóbora
Nariz de mandioca
Igual uma pata choca
. . .
Apontou para o alto
Um retorcido cajado
Botando a lua prá sorrir
E o arco-íris luzir
. . .
E no céu de pretume
Como miríades de vagalumes
Um arco de luz se desenhou
E a noite de cores pintou
. . .
Quanto mais a lua luzia
Mais aumentava a folia,
Cantavam feito corujas
Saltavam igual pulgas
Ciscavam prá trás
Bem como a galinha faz
. . .
Só quando o arco-íris desbotou
Então o bruxedo se retirou,
Decerto buscar tinta de cor
Para pintar o arco-íris do sol
Ou talvez a aurora boreal
Para saracotear outro festival
. . . . . . . . . . . . . . . . .