A BRUXA DA LUA
Se juntou o sapedo
No fundo do brejo
Prá ver a lua
Na beira da laguna
. . .
Quando a lua refletiu
Sua pérola no rio
Trazia nela uma sombra
Montada numa vassoura
. . .
Disse um sapo rajado
Numa pedra sentado
Todo refestelado:
-Que faz na lua a borboleta
Com uma sombrinha preta?
. . .
Retrucou o sapo-pança
Estufado de esperança:
-É uma fada do reino de OZ
Que quer se casar com um de nós.
. . .
Botou a boca na gamela
Outro sapo tagarela:
-Aquilo é uma minhoca
Deixa de ser boboca.
. . .
Então falou o sapo-boi
Que por todo lugar pular já foi
-Por certo é uma árvore
Ficaram vesgos esta noite?
. . .
Numa ventania de folhas
Apareceu uma bruxa caolha
Cavalgando numa vassoura de palha
Se rindo feito uma abóbora:
-Quer um sapo viajar
Asas de morcego criar
Num castelo na lua morar?
. . .
O sapo rei por desforra
Botou a língua de fora:
-Qual sapo bonito
Irá querer ir contigo
Tendo tanta fada,
E se atiraram na água
. . .
E cantam os pássaros no mato
Que desde aquela noite os sapos
Nadam de barriga prá cima na laguna
Toda vez que aparece a lua,
Repartem o banhado com as lagartixas
Por puro castigo da bruxa.
. . . . . . . . . . . . . . . .