A BRUXA DA LUA

Se juntou o sapedo

No fundo do brejo

Prá ver a lua

Na beira da laguna

. . .

Quando a lua refletiu

Sua pérola no rio

Trazia nela uma sombra

Montada numa vassoura

. . .

Disse um sapo rajado

Numa pedra sentado

Todo refestelado:

-Que faz na lua a borboleta

Com uma sombrinha preta?

. . .

Retrucou o sapo-pança

Estufado de esperança:

-É uma fada do reino de OZ

Que quer se casar com um de nós.

. . .

Botou a boca na gamela

Outro sapo tagarela:

-Aquilo é uma minhoca

Deixa de ser boboca.

. . .

Então falou o sapo-boi

Que por todo lugar pular já foi

-Por certo é uma árvore

Ficaram vesgos esta noite?

. . .

Numa ventania de folhas

Apareceu uma bruxa caolha

Cavalgando numa vassoura de palha

Se rindo feito uma abóbora:

-Quer um sapo viajar

Asas de morcego criar

Num castelo na lua morar?

. . .

O sapo rei por desforra

Botou a língua de fora:

-Qual sapo bonito

Irá querer ir contigo

Tendo tanta fada,

E se atiraram na água

. . .

E cantam os pássaros no mato

Que desde aquela noite os sapos

Nadam de barriga prá cima na laguna

Toda vez que aparece a lua,

Repartem o banhado com as lagartixas

Por puro castigo da bruxa.

. . . . . . . . . . . . . . . .

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 12/08/2014
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