O BAILE DAS CIGARRAS
Marcaram um rendezvous
Os besouros do matruz
Com as cega-regas
Nas rutáceas e macegas
. . .
Se deu um baile de reco-reco
Enchendo o caneco
Dos outros insetos
Grilos e mosquitos
. . .
Esticavam a sanfona
Fazendo uma caravana
Desfazendo das abelhas
Nas amarulas e acerolas
. . .
Refestelando a barriga
Faziam caso da formiga
Que armazenava folhas
Enquanto cantavam a toa
. . .
Faziam farol
Desabotoadas ao sol
Trocando de lugar
Suas asas a dançar
Da vida se regalar
. . .
Até que o vento soprou apito
Desfolhou os pirlitos
A neve cobriu o vale
E engasgou seus foles
. . .
Tiritando de frio,lá fora
Prá não mendigar esmola
Foram se enfiar nas tocas
No antro das minhocas,
Antes de se estourarem feito pipocas
Se esconder nas cafundocas
-Ou será talvez prá fazer fofoca?
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .