Brincadeiras esquecidas

Ah que beleza de infância

Que minha geração aproveitou

Naquele tempo era tão bom ser criança

Que tempo bom e infelizmente já passou

Tinham tantas brincadeira

Algumas limpas e outras só sujeira

Quem aí que não se recordou

Pique esconde, barata

E pega pega em banho de rio

Passa anel e pé na lata

Pular corda e os desafios

Mas o rally de bicicleta

Aquele que batesse a meta

Seria o mais rápido do Brasil

Pular amarelinha

Na linha não se podia pisar

E se arrumassem qualquer bolinha

A escalação iniciava com impar ou par

O mais talentoso era o primeiro escolhido

E assim era decidido

Aquela partida de bola que parecia nunca acabar

E os apelidos como não falar disso?

Era neguinho, branquelo, cascão

Perna de pau, orelha de abano, churiço

Mas na presença da mãe, o nome voltava em ação

Ostentação era coleção de tazo e cartão

E comprar figurinhas do album com premiação

Ganhei um liquidificador uma vez nessa promoção

E as balas soft que todo mundo já engasgou?

Os geladinhos em formato de celular

As fitas cassete que o papai descartou

Se tornavam faixa criminal e não podia ultrapassar

E quanto tinha torneio de bets

Quem tinha as melhores raquetes

Era favoritos ao primeiro lugar

O primeiro arco e flecha a gente ainda se recorda

Uma vara e linha de anzol pegos escondido

A flecha era a definição de coisa torta

E o alvo nunca era atingido

O carrinho com motor a pilha encostado

Era consertado e readaptado

E se tornava um outro brinquedo bem divertido

O balanço de corda nos trazendo adrenalina

Desde o primeiro empurrão e o calafrio na barriga

Lembro até da Emulsão Scott e a vitamina

Que a mãe nos dava pra matar as lombrigas

Arrastar a cama por causa de alguma goteira

Ou porque acordou cheio de coceira

Com a cama cheia de formiga

Quantas fazendas repletas de gado

A gente cuidava com o maior carinho

Os bois eram improvisados

E o transporte era feito de carrinho

As estradas eram abertas por uma enxada

Deixando um tapete de tão bem patrolada

E percorria corretamente o caminho

Que saudade de ver essas brincadeiras

Saudáveis e belas de se ver

Me imaginei quando velho sentado na cadeira

Olhando da varanda meu neto correr

E se divertir como a gente brincava

Que só voltava pra casa quando a mãe chamava

Mas acho uma pena que talvez meu futuro assim não possa ser

Ronaldo Igaxira
Enviado por Ronaldo Igaxira em 02/10/2018
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