A GAZELA E O LOBO MAU

A GAZELA E O LOBO MAU

Certo dia uma gazela desgarrada

Á beira de um riacho, tranqüila pastava

Quando um lobo, goela aguçada

Olhava, mirava, se dum pulo a’lcançava

O porco-espinho, compadre da gazela

Atento observava a avidez do lobo

Que a cada segundo, pensava comê-la.

Como o porco espinho, nada tinha de bobo...

Arquitetou um plano contra o intento

Do astuto e ardiloso lobo mau,

Que fingia nutrir-se do mesmo sustento

Para acercar-se da gazela, o marau!

E quando o manhoso, o bote tinha certo,

O porco-espinho que a tudo assistia,

Jogou seus espinhos, em firme acerto

Que o lobo cegou; e de dor, ele gania...

A doce gazela, tão pura e tão bela,

Sequer percebeu o perigo iminente.

Continuou comendo, nenhuma cautela...

Só foi perceber, quando à sua frente!

O lobo ganindo, socorro pedia...

A pobre gazela, seus espinhos tirou,

Curou suas chagas, serviu-lhe de guia,

Para ser atacada, tão logo ele sarou. !

O quanto podia, correu pelos prados

Saltava, pulava, só poeira fazia.

Por fazer o bem, pagou seus pecados...

Até que chegou, aonde o lobo não ia.

Aí, foi pensar que nem sempre se pode

Ao seu inimigo, comida lhe dar.

Porque à primeira rusga a poeira sacode...

Agradecendo assim, quem o quis ajudar.

São Paulo, 23 de agosto de 2004

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 15/11/2005
Código do texto: T71828