Águia Imperial

Águia Imperial

Alcandorada nos píncaros da montanha

A águia imperial, bela, majestosa

Esplende suas diáfanas plumas, garbosa

Aos últimos raios de sol em que se banha

E, eu, vendo-a assim quieta, silenciosa

Esqueci suas cruéis garra, de rapinas,

Eriçadas, acúleas e felinas

Quando ataca suas vítimas desditosas

O brilho e a beleza se suas plumagens

Aparentam-na, meiga, inofensiva

Não parecendo ser como o é, tão nociva

Quando alcandorada em cima das ramagens

Só quando surgiu bem alta, lá nos céus,

Buscando sua presa, ferina, raivosa...

Deixou exteriorizar a beleza mentirosa

Que deleitou por momentosos olhos meus!

Horrorizou-me agora o que fazia

Com aquela pomba branca agonizada

Que lutando pela vida desesperada

Nas hiantes garras da águia, morria!

Armando A. C. Garcia

São Paulo, 25 de março de 1964

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 17/11/2005
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