O C I S N E

O C I S N E

Nas verdes águas lacustres, silenciosas

Atapetadas de lindas algas floridas

Mais parece um jardim de margaridas

Em manhãs primaveris de sol radiosas

Um alvo cisne, mui belo, majestoso

Mirava aliciado, os reflexos fulgidos...

Que projetados nas águas translúcidas

Ali espelhavam seu porte garboso!

Envaidecido, cheio de galhardia

Desprezava patos e gansos da lagoa.

Até que humilhados por quem tanto caçoa...

Fizeram-lhe pagar tamanha ousadia!

Depenaram suas alvas e diáfanas plumas

Perdendo o cisne toda sua estesia

Agora nas águas já nem se reconhecia...

De pescoço pelado e asas sem plumas!

Assim, vendo-se humilhado... sem beleza!

De suas alvas plumagens desprovido,

O cisne puído da vaidade - vencido!

Perdeu todas as manias de grandeza.

São Paulo, 01 de abril de 1964

Armando A. C. Garcia

e-mail : armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 17/11/2005
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