O TESOURO DO ALHAMBRA III/IV

O TESOURO DO ALHAMBRA III

Pouca desgraça não passa de bobagem,

qual nos ensina esse velho ditado:

sua esposa faleceu, em resultado

de uma febre, que pegou numa viagem,

quando ia mostrar para os avós

seu filho mais novinho, de três meses...

E como sucedeu já tantas vezes,

quando as crianças são deixadas sós,

foi Jéssica, a mais velha, que assumiu

o cuidado dos seis irmãos menores...

Dos onze anos ainda nos verdores,

todo o trabalho da casa consumiu.

Pois era Jéssica que fazia as refeições,

lavava as roupas, limpava a moradia,

trocava fraldas e, quando isso exigia,

até ninava seus pequenos corações.

O TESOURO DO ALHAMBRA IV

Granada é uma cidade muito antiga:

há muralhas do tempo dos iberos,

do século sexto a.C., períodos feros

de seus combates contra a inimiga

Cartago, que aos gregos conquistara

da terra hispânica o inteiro sul:

desde a Sierra Nevada ao mar azul.

E ao povo celta e ibero escravizara.

Até que, finalmente, vêm romanos

e conquistam toda a Hispânia, por vingança

contra Aníbal, que quase Roma alcança,

em sua invasão, descendo os altiplanos

dos Alpes, nas batalhas vencedor,

até chegar a Cápua, onde ficou...

E até hoje ninguém sabe o que o parou,

sem conquistar a capital em seu ardor.