O TESOURO DO ALHAMBRA 15/16

O TESOURO DO ALHAMBRA XV

Mas um dia, seus irmãos bem entretidos,

Jéssica quis as ruínas explorar,

por corredores sem luz a caminhar,

salvo onde os tetos tinham sido removidos.

De repente, uma luz brilhou no escuro,

depois que o corredor dera uma volta,

numa fumaça amarela toda envolta...

A luz do sol não era, bem seguro...

Pé ante pé, avançou devagarinho,

ouvindo forte bater seu coração,

até chegar à porta de um salão...

Espiou por uma fresta, de mansinho...

E uma voz disse: "Pode entrar sem medo!

Aqui só chega quem tem coração puro...

Uma esperança vê brilhar no escuro

e desvenda, desse modo, meu segredo..."

O TESOURO DO ALHAMBRA XVI

Jéssica abriu a porta do salão,

de cortinados e almofadas adornado,

tapeçarias e jarrões por todo o lado,

candelabros dando luz em cada vão...

E no centro do salão, uma princesa,

sentada sobre um cofre, recoberto

por um pano de veludo, o olhar aberto

e franco, refletindo sua pureza...

"Não tenha medo," a donzela repetiu.

"Eu sou dos visigodos a princesa...

Por um encantamento fiquei presa,

que um perverso mago produziu..."

"Eu sou cristã e não quis me converter

ao islamismo, depois de sua conquista...

E esse mago, Al-Azhar, um alquimista,

lançou feitiço para me prender..."