*** Tapera***

 

Ontem eu ainda a vi...

Exalando solidão!

Culpada também a senti

Em seu pedaço de chão

Por não ter podido conter

Quem em ali, plantou ilusão...

Pra tristeza, hoje colher!

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Que adianta a lua cheia?

Se todos dali se foram!

De atavios hoje despida

Sem o lume da candeia

Dorme cedo, entristecida!

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Aqueles gritos de upa...

Em cavalinhos de pau

Levando sonhos na garupa

Partiram em alguma nau!

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Não pudera conservar...

O que fora predestinado

A o seu destino mudar!

Só o velho Umbú desgostado...

Ouve os pássaros... E seu cantar!

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E hoje a o te avistar...

Delineando sombras no norte

Compreendi...

Que não desagregas

A essência que ali impera

Suportando a decadência...

Tua importância não renega!

Quem partilhou tua convivência

Não irá deixar-te à própria sorte!

Pois juntas... Choram a morte

De extintas primaveras...

 E de lembranças que as invade!

Na esperança que suportes

Tantos sonhos e saudades...

Que habitam em ti... Tapera!
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16/07/2008

IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 16/07/2008
Reeditado em 22/07/2008
Código do texto: T1083827
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