TRIBUTO À SAUDADE
Timbó, minha querência
Do Médio Vale do Itajaí
Qualquer dia que Deus queira
Que eu volte prá lá:
Prá rever as montanhas,
Desta Pérola do Vale,
Beber a água azulada
Que verte da pedra moura,
Entre os ramos de vassoura
Quero ouvir a cantilena
Das cigarras na "picada"
Por entre flores silvestres,
A paz da velha morada,
Donde fui menina a mais tempo
Que todo tempo que conto.
Quero ver o dia tonto
Se demanchar sem alarde,
No parapeito da tarde,
Tirando a vista do ponto...
Quero rever minha amigas,
Companheiras de infância,
Nadar no Rio Itajaí
Ao lado d'um lambari.
Escutar longe o trinado
de pássaros que vão beber
Na fonte do bem-querer,
Dentre as margens do rio e montes
Donde o sonho e brincadeirais
Jamais consigo esquecer!
Depois de rever a terra
Que me viu rasgar auroras,
Respirar fundo e dizer:
"Quando a voz esmorecer
E o coração não pulsar mais,
Aqui eu quero ficar,
Porque aqui quero viver..."