O olhar do Jamelão.
O OLHAR DO JAMELÃO.
Quase um século de canto.
Como um pássaro encantado.
Cantando para o seu povo.
O samba enredo do novo.
Garganta, bendita garganta.
Que outros pássaros encanta.
Que a bateria norteia.
A sombra de uma mangueira.
Com seu olhar sequoico.
E seu trinar hipnótico.
Na melodia fagueira.
Em cima do carro melódico.
Sobre o fio desse rítimo.
Sob a noite ou o sísmico.
O abre-alas do tempo.
Misterioso momento.
Seu sono, sua cachaça.
Seu semblante sério exalta.
A alma do samba do morro
E canta e canta de novo.
Repete o lírico jargão.
Ao som da batuta esguia.
No repicar dos tambores.
No auge de imensa alegria.
É verde rosa seu sangue.
A cor da sua bandeira.
Sob o luar desse sol.
Estrelas sobre o atol.
No brilho dos olhos da grega.
No brilho dos olhos da negra.
No brilho dos olhos do novo.
No brilho dos olhos do povo!