O olhar do Jamelão.

O OLHAR DO JAMELÃO.

Quase um século de canto.

Como um pássaro encantado.

Cantando para o seu povo.

O samba enredo do novo.

Garganta, bendita garganta.

Que outros pássaros encanta.

Que a bateria norteia.

A sombra de uma mangueira.

Com seu olhar sequoico.

E seu trinar hipnótico.

Na melodia fagueira.

Em cima do carro melódico.

Sobre o fio desse rítimo.

Sob a noite ou o sísmico.

O abre-alas do tempo.

Misterioso momento.

Seu sono, sua cachaça.

Seu semblante sério exalta.

A alma do samba do morro

E canta e canta de novo.

Repete o lírico jargão.

Ao som da batuta esguia.

No repicar dos tambores.

No auge de imensa alegria.

É verde rosa seu sangue.

A cor da sua bandeira.

Sob o luar desse sol.

Estrelas sobre o atol.

No brilho dos olhos da grega.

No brilho dos olhos da negra.

No brilho dos olhos do novo.

No brilho dos olhos do povo!

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 04/01/2009
Reeditado em 25/09/2009
Código do texto: T1367078