Janela do nono andar

Atravessada pela luz,

a janela do nono andar

fazia moldura para manhãs

de sol.

A janela do nono andar

soprava a brisa.

Suave, mas invencível,

gelava meu sono.

O meu corpo

aparecia diáfano,

mistificado pela venesiana.

Horas e horas

deitadas sob a noite.

As estrelas guardavam

todos os meus segredos.

De pé no parapeito,

ficavam desabafos.

Conversas com a lua,

reflexões no vidro.

Da janela do nono andar

escorreram memórias

coloridas

sobre a cidade.

Sonhos e ilusões

debruçaram-se nela.

Eu, uma moça à espera,

dona dos sonhos e das histórias,

Beijei o meu passado,

e disse adeus à janela.

Alessandra Martins
Enviado por Alessandra Martins em 22/02/2009
Código do texto: T1451773
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