A ti

Nunca me senti tão sozinha...

Mas já, por muitas vezes me senti igualmente triste.

Por muitos anos escondida chorei.

Por muitas décadas fingi que você não existe.

Muitas madrugadas te lembrando passei.

Quem pode o coração fazer calar?

Onde sepultar os sonhos para que eles jamais voltem a falar?

Como esquecer as canções que você cantou pra mim?

Como apagar os sorrisos que você cravou em mim?

Como ignorar o fogo que você fez arder em mim?

Como te negar, se meu coração grita sim?

As lágrimas rolam-me pelo rosto, mas ninguém as vê,

A saudade dói tão profunda... Mas ninguém pode saber.

A esperança há muito soterrada insiste em aparecer.

E o pranto, este delator, não para de correr.

Como continuar sem ser infeliz?

Como fingir que nada aconteceu se arranquei a árvore, mas ficou a raiz?

A vida continua seu curso e nada nem ninguém pode impedir.

“Lembre-se às vezes de mim” – te pedi ao partir.

Só não imaginei que eu nunca mais me esqueceria de ti.

Alma minha
Enviado por Alma minha em 27/04/2006
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