SENSIBILIDADE

Neuza Maria Spínola

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Enquanto escrevo, há um alo de silêncio;

E faço estes versos que falam de um amor;

Pensando com tristeza, na imensa dor,

Dos que não conseguiram ter um amor na vida!

Escrevo a alguém que tenha sido sensível,

Que saiba entender de um sentimento impossível;

Um desses poemas que ainda hoje reli,

De alguém, para alguém, pensando em ti!

No momento em que o faço, lembro teu abraço,

Tuas mãos suaves e a timidez do teu olhar;

O som da tua voz e o ritmo dos teus passos,

No salão semi-escuro, da música, ao compasso.

Cantando baixinho, os versos da canção,

A gente passava assim, momentos felizes da vida;

No entanto, sinto-me hoje, uma desconhecida,

Uma lembrança, um longo sonho adormecido.

Nada quero: pensa no que tenho a dizer!

Nem ouvir tua voz, que tremia com a minha voz;

Quero sentir só o que o sonho pode viver,

E fechar meus olhos, apenas lembrando teu dançar!

Sou alguém que nem ficará na tua memória,

Mas um dia, haverás de ler esta história;

Porém, com certeza ainda te lembrarás,

De quem a escreveu e que a inspiraste!

Tu deves saber que foi com saudade de ti,

Que senti teu beijo no momento inspirado;

Quem ama, espera sempre o que é inesperado,

Hoje, um beijo teu, não me faria tão mal!

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