É OUTONO... NOVAMENTE...

 

Como podes pensar que de propósito te magoaria

Se da efemeridade de amar guardo mais que lembranças?

E mesmo dominada por constantes intemperanças

A força contida na insuportável ausência jamais renegaria...

 

Acaso pudesse... a mágoa dum novo outono eu retardaria

E ensurdeceria os ouvidos aos alegres gritos de crianças...

Não sentiria a suavidade do teu toque em minhas tranças

Sabendo ser miragem povoando-me a alma tão vazia!

 

Nos soluços me vejo submersa na penetrante nostalgia

Contemplando a cândida formosura das folhas mortas...

Que em mim se convertem nas escancaradas comportas

 

Dessas sensações arrefecidas pela intraduzível poesia!

Não suporto prosseguir envolta na suprema agonia...

Enquanto a luz da vida se esvai entre estas portas!