Destempo
Não sei
se por fama
ou magia
impus
outro dia
ao tempo
parar.
E o tempo
acatou.
Deixou-me
escolher
que fazer
ao tempo
parado.
Ou voltar
buscando
o passado
ou seguir
prevendo
o além.
Deixei
que o tempo
marcasse
o tempo
que eu tinha.
O tempo
que o tempo
me deu
era pouco.
Qual louco
sem rumo,
que o tempo
que o tempo
me dava
não dava
sequer
p´ra provar
esse beijo
gostoso,
esse sonho
ditoso
que virou
o futuro.
Cabeça
na areia,
forçava
também
esquecer
do passado
aquele momento
medonho
de dor.
Entretanto,
prever
o além
era o tempo
de um ai.
Fracção
de segundo.
O tempo
dum sopro
de vento
antes de ir
para o Pai.
Hesitei.
Hesitei.
O além
era certo.
O passado
um naco
de broa
há muito
provado.
Tomara
que alguém
escolhesse
por mim.
………………………
Dei por mim
a aceitar
do passado
o melhor
e o pior
o mais belo
e o medonho
em busca de Paz.
Busquei
do passado
um momento fugaz,
que o além
é seguro.
E no tempo
que o tempo
me deu
no regresso
ao passado
retomaste comigo
onde estava
a conversa serena
de noite distante.
E valeu a pena.
………………………………………..
Dei tempo
ao tempo
acordar-me.
Do sonho passado,
além do recesso
naco
de broa
festejo
o regresso
ao presente,
pacificado.