Meados do Paraíso
Cheiro da terra ensopada pela tempestade
Elevando-se a maior das ternuras arenosas
Uma cadeira de balanço de anos remotos
Desgastada com o bate-estaca do tempo
As areias do tempo são sagazes e impiedosas
Cobrindo quaisquer vão ou brecha de futuro
Andorinhas e cisnes migram pelas linhas etéreas
Carrinhos de borracha se tornam negros junto ao passado
Carinhos e toques como ceda da manhã
Jasmins e petúnias desabrocham pelos campos
Ao fim de um raiar, a bonança em cantos
Sinta o cheiro do misterioso amanhã
Sobre a mais alta das jazidas
Moradia fez-se altar
Uma história para cada dia
Um bule no fogo alto chia
Sinfonias e poetizas
Livros semi-cerrados pelos anos
Fotos desbotadas, carregando cheiro do passado
Ventos, janelas abertas, ciranda nas calçadas