Meados do Paraíso

Cheiro da terra ensopada pela tempestade

Elevando-se a maior das ternuras arenosas

Uma cadeira de balanço de anos remotos

Desgastada com o bate-estaca do tempo

As areias do tempo são sagazes e impiedosas

Cobrindo quaisquer vão ou brecha de futuro

Andorinhas e cisnes migram pelas linhas etéreas

Carrinhos de borracha se tornam negros junto ao passado

Carinhos e toques como ceda da manhã

Jasmins e petúnias desabrocham pelos campos

Ao fim de um raiar, a bonança em cantos

Sinta o cheiro do misterioso amanhã

Sobre a mais alta das jazidas

Moradia fez-se altar

Uma história para cada dia

Um bule no fogo alto chia

Sinfonias e poetizas

Livros semi-cerrados pelos anos

Fotos desbotadas, carregando cheiro do passado

Ventos, janelas abertas, ciranda nas calçadas

Marcos Ses
Enviado por Marcos Ses em 19/05/2009
Código do texto: T1602000