Dia de chuva

Hoje o dia despertou frio, chuvoso.

As pessoas agasalhavam-se à medida que o tempo,

impiedoso, castigava seus corpos.

Uma profusão de cores desenhava-se na estampa das

sombrinhas e guarda-chuvas.

Engraçado o frio que o baiano sente.

Da janela do meu apartamento observava

a cena da multidão que se acotovelava nas ruas,

buscando a proteção para o vento que a

tudo teimava em levar.

Saias que subiam a contragosto de suas donas,

chapéus de senhores que voavam soltos e solenes.

O céu era de um cinza profundo, quase negro o

dia era o prenúncio recente da noite.

Raros dias de chuva que por aqui passam

devastando o espírito de calor ao qual

a cidade está acostumada.

Afinal, como dizem, em Salvador é verão o ano todo.

Moldando esse quadro de cores escuras

parece que a vida passa de forma diferente em dias de chuva.

É como se o tempo passasse lentamente e as

pessoas que pisam nas calçadas molhadas

fossem meros espectadores de um dia diferente.

E os pingos incessantes que caem denotam

a alegria de um dia que será substituído

por um outro de sol forte a acolhedor.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 08/06/2009
Código do texto: T1638713
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