FAZ 16 ANOS QUE PUBLIQUEI ESTE TEXTO
AGORA O SR. COLLOR PARECE QUERER RESSUSCITAR
UMA PEQUENA LEMBRANÇA AOS MEUS AMIGOS DO
RECANTO. ESSE TEXTO ESTÁ NA PÁGINA 67 DO MEU
LIVRO TAÇA DE CRISTAL, PUBLICADO EM JUNHO DE 1993.
GRANDE CIRCO BRASIL
(Série Collorida)
A lona está na lona.
Cheia de furos, embora
linda e collorida por fora.
Atenção, grande platéia.
Na estréia, o tigre vem primeiro.
Cutucado com vara curta, mostrou a que veio.
Jurado de morte, quase levou um tiro.
Teve sorte, que a bala passou longe.
E como o atirador só tinha uma, não deu certo.
Sem porradas, agora, por várias temporadas,
se exibe sem domador.
Falantes, sorridentes,festeiros,
agindo em compassos, vem os palhaços.
São demais. Fazem chucho.
Até besame mucho eles dançam.
Um deles, insolente, disse que cachorro é gente.
Quase teve um piripaque, quando o gerente,
aturdido, lhe amordaçou o latido.
E dançou.
Muito pândego, diria Russeau!
Então, entra o leão ranzinza.
Tá até cinza de tão velho. Finge que ruge.
De arena e cristão, não sabe mais nada
esse grande gato. Hippie, cabeludo, ultrapassado.
Só pega pato, na fonte.
E o trapézio?
Beleza! Que vista!
A galera dispensa o artista e sobe.
Esquece até o samba pra andar na corda bamba.
Se equilibra...cai não cai...Tem fome...Tem sede.
Lá embaixo, pra ela...não tem rede.
Receba o circo de braços abertos!