CABARÉ

A necessidade torna-se evidente

Aos poucos ela aproxima-se

Sob o som da música lenta e inebriante

Sorriso estampado no rosto cansado

Seus olhos grande convidativos

Seios fartos e apetitosos

Boca de carmim, rubro e berrante

Base morena imperceptível

Esquiva-se por entre mesas e cantadas

Chega até a minha mesa

Toca-me com receio e febre

Viro-me e a chama ardente queima meu peito

Seu beijo é cálido e doce

A voz suave e rouca de desejo

Brinca por entre dentes alvos e parelhos

Senta-se ao meu lado e, sua vida é exposta

Não há. diferença entre nós

Só amarguras palpáveis

Que sobressaem no ambiente vazio criado

Somos iguais, estamos sós e tristes

Roubamos metade de nós

Para formar quem sabe ...

Um alguém mais infeliz

Mesmo que a cortina caia antes do tempo

Algo... ficará no ar

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 15/06/2006
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